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DEGERERAÇÃO MACULAR RELACIONDA A IDADE (DMRI)
DEFINIÇÃO
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que afeta idosos e está ligada ao desgaste da retina, mais especificamente da região central retiniana, que se chama mácula.
Está é a doença ocular que mais afeta a população idosa e é uma importante causadora de perda visual irreversível quando não tratada adequadamente. Algumas pessoas que sofrem desta degeneração reclamam de visão fraca.
Existem dois tipos básicos da DMRI:
Forma seca
Esta é a forma mais comum e prevalente da doença: a retina vai se desgastando e suas células vão morrendo e perdendo a função, levando a atrofia ou perda celular da região central da mácula. O paciente sente perda da qualidade da formação da imagem no centro do campo de visão, a qual progride lentamente.
Forma úmida, exsudativa ou neovascular
Embora a forma exsudativa seja a menos comum, quando ocorre, a baixa visual é mais importante e significativa, levando à perda visual. A causa principal é o crescimento de pequenos vasos sanguíneos por baixo da retina, formando uma membrana vascular. Porém estes vasos são frágeis e incompetentes levando a sangramentos, extravazamento de líquido para o interior da retina ou sob ela. Esta membrana de vasos tem que ser prontamente tratada, pois a tendência é de crescimento e piora progressiva da visão central.
SINTOMAS
A DMRI geralmente afeta os dois olhos, porém em épocas diferentes: é comum um olho estar avançado, com perda importante da visão e o outro no início do problema.
É muito importante o exame periódico com o oftalmologista para o diagnóstico precoce da DMRI, pois o resultado e a recuperação visual com tratamento são mais bem sucedidos.
Na forma seca de DMRI, a perda de visão central é gradual.
As pessoas com DMRI úmida têm perda de visão mais rápida, entre semanas ou meses, por causa do rompimento de vasos e sangramento sob a mácula, ou edema da retina secundário à formação da membrana vascular.
Outros sintomas:
- - Linhas retas parecem onduladas;
- - As cores são pálidas;
- - As palavras ficam borradas.
FATORES DE RISCO:
Os fatores de risco mais importantes são:
- - Idade (acomete de 6 a 10% das pessoas entre 65 - 74 anos e de 19 a 30% das pessoas com idade acima de 75 anos);
- - Hereditariedade (10 - 20% dos portadores têm história familiar positiva para a doença);
- - Tabagismo;
- - Hipertensão arterial e doenças cardiovasculares;
- - Fatores ambientais, como nutrição e a exposição ao sol.
TRATAMENTO
A DMRI é uma doença muito estudada atualmente e novos tratamentos estão sendo propostos e utilizados.
Para casos intermediários e avançados da degeneração na forma seca, muitas vezes o suplemento de vitaminas pode retardar o progresso da doença. Quando se forma a membrana vascular, esta tem de ser tratada com urgência.
O tratamento preconizado atualmente é a aplicação de uma medicação intra ocular que bloqueia a substância estimuladora dos vasos presentes na membrana. Com o tratamento adequado, 75% dos pacientes em média se beneficiam em não perder a visão, sendo que uma parte destes ganha visão e responde bem à medicação. O tratamento é crônico e uma parte dos pacientes necessita de injeções, seriadas de acordo com a necessidade e piora dos sintomas. O médico faz reavaliações frequentes com ajuda de exames retinianos específicos (tomografia de coerência óptica e angiografia com fluoresceína).
Há situações especiais, em que outras modalidades terapêuticas são usadas, como a terapia fotodinâmica e a fotocoagulação a laser. Outras alternativas estão em estudo e provavelmente, num futuro próximo, contaremos com mais formas de tratamento.
CERATOCONE
DEFINIÇÃO
Ceratocone é uma doença da córnea na qual a baixa rigidez do colágeno corneano permite que a área central ou paracentral assuma a forma cônica (do grego: “kerato” significa córnea e “conus” forma cônica). A córnea torna-se progressivamente mais fina e irregular, provocando a percepção de imagens distorcidas e embaçadas.
Em mais de 90% dos casos o ceratocone acomete os dois olhos, entretanto, um dos olhos geralmente é mais afetado que o outro. Homens e mulheres são afetados na mesma proporção.
Geralmente aparece na adolescência ou em adultos jovens e progride até 35 a 40 anos de idade. Afeta em torno de 1 para cada 2000 pessoas. A progressão normalmente é lenta, mas pode haver períodos de tempo em que a piora é rápida. É impossível prever qual a velocidade de progressão ou se ela vai realmente ocorrer em um determinado caso. Os jovens com doenças avançadas têm maior chance de progressão, enquanto que após os 35 anos de idade a doença dificilmente piora.
CAUSAS
As causas específicas ainda não são conhecidas, mas a origem mais provável é a genética. Apesar disto, somente 20% dos pacientes com ceratocone tem alguém na família com a doença. Quando não existirem casos na família a probabilidade dos filhos terem ceratocone é menor que 15%. Os pacientes que apresentam predisposição e tem o hábito de coçar os olhos, geralmente vão ter uma doença mais precoce e mais avançada. O ato de coçar os olhos altera a composição das enzimas na córnea, o que reduzem ainda mais sua resistência.
DIAGNÓSTICO
No início o diagnóstico pode ser difícil, pois o exame biomicroscópico (utilizado para avaliar a córnea em grande aumento) é praticamente normal. Muitas vezes, o oftalmologista diagnostica somente astigmatismo e miopia. O astigmatismo decorre da irregularidade e a miopia do abaulamento corneano, levando o paciente a trocar o grau dos óculos com muita frequência. A minoria dos pacientes com ceratocone tem hipermetropia.
Com relação aos sintomas, o principal deles é a visão borrada e distorcida tanto para longe quanto para perto. Alguns podem relatar diplopia (visão dupla), necessidade de apertar os olhos e halos em torno das luzes, fotofobia (sensibilidade excessiva à luz), fazem parte das queixas dos pacientes com ceratocone e astigmatismo.
Além disso, nas situações iniciais, o diagnóstico pode se feito utilizando-se o exame chamado Topografia Computadorizada da Córnea ou Ceratoscopia Computadorizada. Esse exame também é utilizado para avaliar objetivamente a progressão da doença.
PREVENÇÃO
Infelizmente não há maneiras de prevenir o surgimento do ceratocone. Existe associação com fatores hereditários e genéticos, porém ainda não há testes genéticos para o diagnóstico da doença.
Sabe-se que a progressão da doença está relacionada com o trauma contínuo. Com isso, o hábito de coçar os olhos deve ser evitado, pois é o fator de risco mais bem definido para o surgimento ou agravamento do ceratocone. O diagnóstico em fases precoces da doença ou a identificação de indivíduos mais susceptíveis (com maior predisposição) é importante para direcionar a orientação para não coçar os olhos e tratar a alergia ocular que pode estar associada.
TRATAMENTO
O tratamento do ceratocone visa sempre proporcionar ou manter (nas fases iniciais) uma boa visão ao paciente, bem como garantir seu conforto na utilização dos recursos que serão empregados e principalmente preservar a saúde da córnea. As alternativas de tratamento sempre serão avaliadas nesta ordem: óculos, lentes de contato e quando essas não surgirem mais efeitos, recomenda-se cirurgia para o ceratocone.
Óculos: A primeira opção que o paciente recebe é a prescrição de óculos, principalmente nos casos iniciais da doença, quando o astigmatismo irregular ainda é baixo e é possível obter uma acuidade visual aceitável.
Lentes de contato: A partir do momento em que os óculos não conseguem fornecer uma acuidade visual satisfatória, a lente de contato para o ceratocone é a próxima alternativa. Existem muitos desenhos e tipos de lentes para adaptação em ceratocone. O modelo ideal é determinado de acordo com a forma do cone, evolução da doença e os testes com lentes de prova. Geralmente é utilizada a lente rígida gás permeável que procura proporcionar a melhor acuidade visual e principalmente assegurar a sáude fisiológica da córnea, melhorando sua curvatura.
Crosslinking do Colágeno: O crosslinking é um tratamento cirúrgico desenvolvido com a finalidade de aumentar a resistência da córnea, aumentando sua estabilidade, sendo portanto indicado para evitar a progressão do ceratocone. O tratamento consiste em desepitelizar a córnea após anestesia tópica (colírio), instilar riboflavina (vitamina B2) e aplicar luz UV-A por 10 min. Tem como finalidade aumentar o número de ligações covalentes entre as fibras de colágeno para fortalecer a córnea e estabilizar a doença.
Implante de Anel Intracorneal: Os anéis intracorneais são indicados para pacientes com ceratocone que apresentam dificuldade visual com o uso de óculos e intolerância ao uso de lentes de contato. Tem a função de melhorar a visão através da regularização da córnea, com diminuição do astigmatismo e/ou da curvatura corneana. São recomendados apenas para alguns tipos e graus de ceratocone, em córneas transparentes.
Transplante de Córnea: Realizado em apenas 10% dos casos, está indicado no ceratocone em fase avançada, ou seja, onde a doença progride ao ponto em que a correção visual não pode ser mais atingida com óculos e lentes de contato. Nos casos em que o afinamento da córnea se torna excessivo ou a presença de cicatrizes corneanas tornam-se um problema frequente ou ainda exista a presença de leucoma (opacificação corneana) importante, o transplante de córnea se torna necessário.
CATARATA
DEFINIÇÃO
O termo “catarata” é dado para qualquer tipo de perda de transparência do cristalino, lente situada atrás da íris (Figura), seja ela congênita ou adquirida, independente de causar ou não prejuízos à visão. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa.
CAUSAS
A catarata é uma doença multifatorial e pode ser congênita ou adquirida. A causa mais comum da catarata é o envelhecimento do cristalino que ocorre pela idade, denominada de catarata senil. Porém também poderá estar associada a alterações metabólicas que ocorrem em certas doenças sistêmicas, (ex. Diabetes Mellitus), oculares (ex. uveíte), tabagismo, alcoolismo, secundária ao uso de certos medicamentos (ex. corticoides) ou a trauma ocular (contuso, perfurante, por infravermelho, descarga elétrica, radiação ultravioleta, raios X, betaterapia ou queimaduras químicas graves).
DIAGNÓSTICO
Na maioria das vezes a catarata não pode ser diagnosticada a olho nu e nem mesmo é percebida facilmente pelos próprios portadores da catarata nas suas fases iniciais. Os principais sintomas da catarata são: sensação de visão embaçada, alteração contínua da refração (grau dos óculos), maior sensibilidade à luz, espalhamento dos reflexos ao redor das luzes e percepção que as cores estão desbotadas. Geralmente há uma piora da miopia com redução da visão em baixo contraste e baixa luminosidade principalmente para longe, comparativamente à visão para perto. Somente o oftalmologista poderá solicitar os exames necessários para a confirmação do diagnóstico, bem como, indicar o melhor procedimento cirúrgico para tratamento.
Portanto, o diagnóstico da catarata é feito por meio do exame oftalmológico rotineiro e em caso de resultado positivo são realizados três tipos de exames pré-operatórios:
Biometria:
Mede o comprimento do globo ocular e calcula o grau da lente que será implantada durante a cirurgia de catarata. Dessa maneira, é possível corrigir graus de miopia e hipermetropia. Com as lentes intra-oculares mais modernas, também é possível corrigir ou reduzir o grau de astigmatismo.
Contagem Endotelial (Microscopia Especular):
O exame avalia a quantidade de células endoteliais existentes por milímetro quadrado na face interna da córnea (camada transparente situada na região anterior do olho). Estas células removem a água que entra em excesso na córnea. Este controle da hidratação é o que mantém a transparência corneana.
Quando a contagem endotelial é muito baixa, cuidados adicionais têm de ser tomados durante a cirurgia. Em casos raros, esta contagem diminui acentuadamente e a córnea incha, ficando turva e necessitando de transplante.
Topografia Corneana:
Avalia com precisão a superfície anterior da córnea, especialmente importante nos casos de astigmatismo ou implante de lente intra-ocular multifocal.
PREVENÇÃO
Não há como evitar a predisposição genética e nem o envelhecimento do cristalino. Porém, algumas medidas preventivas podem ser realizadas visando reduzir alguns fatores de risco para o desenvolvimento da catarata. Reduzir o tabagismo, proteger-se contra a radiação ultravioleta (principalmente UVB) e traumas, controlar o Diabetes Mellitus, e evitar o uso de corticoides são cuidados que podem ser eficazes na prevenção da catarata. É fundamental ter consciência dos perigos da automedicação.
TRATAMENTO
O tratamento é cirúrgico, sendo que qualquer portador de catarata deve ser submetido à cirurgia desde que tenha sua capacidade ocular prejudicada pela doença e apresente condições de recuperação pós-cirurgia. Portanto existe cura para a catarata, pois a deficiência visual causada pela opacificação do cristalino pode ser revertida com a cirurgia, na qual a lente natural opaca é removida e substituída por uma lente artificial transparente, chamada de lente intraocular.
Uma vez realizado este procedimento, a catarata não voltará mais. O que pode ocorrer em alguns casos é um processo de fibrose na membrana que serve como suporte para lente intraocular. Dependendo da intensidade dessa fibrose a membrana pode se tornar opaca prejudicando a visão. Para resolver essa opacidade é recomendo um procedimento denominado de capsulotomia por Yag LASER. Este procedimento é realizado em caráter ambulatorial, é indolor e, quando indicado, traz melhora significativa da visão.
GLAUCOMA
O QUE É?
Glaucoma pode ser definido como uma lesão do nervo óptico, de caráter progressivo, com perda de campo visual e risco de cegueira, caso não diagnosticado e tratado a tempo.
O olho humano produz, continuamente, um líquido (humor aquoso) para nutrição de certas estruturas dentro do olho. Após cumprir sua função, este líquido deve ser drenado através de canais localizados no ângulo da câmara anterior, formado pela córnea e pela íris. Esse contínuo fluxo de entrada e saída de líquido confere um certo grau de pressão (normal) no interior do olho. Qualquer obstrução no sistema de drenagem acarreta um represamento do humor aquoso dentro do olho, com conseqüente elevação da pressão intra-ocular (PIO).
Produção e drenagem do humor aquoso:
O glaucoma ocorre quando o aumento da PIO for nocivo aos filamentos nervosos que formam o nervo óptico, que é o elemento condutor dos estímulos visuais do cérebro. Com o tempo, o nervo óptico vai se atrofiando e comprometendo a visão, de maneira irreversível.
SINTOMAS
O curso do glaucoma primário de ângulo aberto é silencioso, sem sintomas: não há dor, desconforto visual e nem baixa visual, até uma fase avançada da doença. É frequentemente chamado de “o ladrão silencioso da visão”. Portanto somente será descoberto se o paciente se submeter a um exame oftalmológico completo: que inclua a medida da pressão intra-ocular e exame do disco óptico.
Outro tipo de glaucoma, o glaucoma primário de ângulo fechado, representa apenas 10% de todos os glaucomas. Na sua forma aguda, os sintomas são exuberantes: visão embaçada, halos coloridos, dor intensa, vermelhidão ocular, náuseas e vômitos. Ao exame, observa-se uma pressão intra-ocular extremamente elevada, em torno de 40 a 70 mmHg. Trata-se de uma emergência oftalmológica, se não tratada a tempo a cegueira pode instalar-se em poucos dias.
A perda visual que ocorre no glaucoma de ângulo aberto inicia-se na periferia do campo de visão e por isso não é notada pelo paciente. Quando o paciente começa a perceber perturbação visual é porque a perda de campo aproxima-se do centro – e quando isto ocorre, cerca de 80% das fibras do nervo óptico já foram danificadas e de maneira irreversível. Nesta fase os sintomas são:
- • Limitação da área de visão (campo visual tubular): o paciente esbarra nos objetos e nas pessoas.
- • Piora da visão em ambientes pouco iluminados.
- • Nas fases finais ocorre comprometimento também da visão central (visão de detalhes). Os paciente mantém apenas uma ilha de visão lateral de má qualidade por algum tempo, antes da cegueira total.
Sequência da perda visual no glaucoma: há uma perda progressiva da periferia até a visão se tornar tubular
Glaucoma Incipiente
Glaucoma Moderado
Glaucoma Avançado
Glaucoma Muito Avançado
Devido ao fato de os defeitos visuais não serem percebidos pelo paciente nas fases iniciais do glaucoma, há necessidade de testes específicos para a sua detecção, como o exame do campo visual. Este exame é também o principal método para o monitoramento da perda visual ao longo do tratamento da doença.
CONSEGUÊNCIAS
O dano causado pelo glaucoma pode se transformar em cegueira irreversível. É por isso que a prevenção ainda é o melhor remédio: quando você diagnostica a doença precocemente, há menor o grau de lesão do nervo e maior chance de controle do glaucoma.
FATORES DE RISCO
Estima-se que, aproximadamente, 65 milhões de pessoas sejam portadoras de glaucoma no mundo, sendo considerada a primeira causa de cegueira irreversível.
Quanto à etiologia de glaucoma, preferimos a utilização do termo "fator de risco", ao invés de "causa", para justificar a existência da doença. Dentre os fatores de risco para o glaucoma primário, incluem-se a pressão intraocular (PIO), história familiar, idade avançada, etnia negra, predisposição genética e espessura corneana mais fina. Outras condições que favorecem o surgimento do glaucoma incluem diabetes, doenças cardiovasculares, enxaqueca, alta miopia e cirurgias intra-oculares prévias.
O único fator de risco alterável é a pressão intraocular, que pode ser reduzida através das seguintes formas:
- • Tratamento clínico (Colírios e também comprimido).
- • Tratamento com laser para alguns tipos de glaucoma.
- • Cirurgia filtrante de glaucoma.
Existem vários tipos de cirurgias, porém, a cirurgia tradicional, também chamada de "trabeculectomia", tem demonstrado maior efeito e estabilidade na redução da PIO. Tal procedimento, no entanto, geralmente é realizado quando a terapia clínica e com laser falham em controlar a pressão adequadamente.
EXAMES
O oftalmologista realiza uma série de exames, todos indolores:
Tonometria:
Mede a pressão intraocular. Em geral, os valores de normalidade estão entre 10 mmHg e 21 mmHg para pessoas sem glaucoma. A pressão intra-ocular varia durante o dia, sendo necessárias medidas em diferentes horários. É importante que o paciente se interesse em saber o valor de sua pressão intraocular.
Gonioscopia:
A gonioscopia é o exame para avaliar o ângulo da câmara anterior. É especialmente importante para a avaliação de casos suspeitos de glaucoma (basicamente para diferenciar casos de ângulo fechado de casos de ângulo aberto).
Exame do nervo óptico:
O oftalmologista terá conhecimento do estado do nervo óptico e se há dano causado pelo glaucoma.
Exame de campo visual:
O glaucoma não controlado leva progressivamente à perda de partes do campo de visão. O exame de campo visual serve para detectar essas perdas e observar se esses defeitos progridem com o tempo.
Paquimetria:
Mede a espessura da córnea. Valores normais entre 530 micra e 550 micra. Se a córnea for mais fina do que o normal, a medida da pressão estará falsamente reduzida, e vice-versa.
Estereofotografia de papila:
Fotografia tridimensional do nervo óptico, realizada para se ter uma referência no início do tratamento e sempre que houver suspeita de progressão da lesão do glaucoma. Fundamental no acompanhamento da doença.
TRATAMENTO
O tratamento é feito à base de colírios, podendo ser complementado com comprimidos ou raio laser. O objetivo é reduzir a pressão ocular. Nos casos mais avançados, é necessário realizar a cirurgia de drenagem. Para isso, é preciso apenas que seu diagnóstico seja feito em tempo adequado, para que sua ação possa ser controlada e não cause maiores problemas ao portador.
Duração:
Pacientes com glaucoma primário deverão usar a medicação por toda a vida, exceto se tiverem realizado algum tipo de cirurgia. Uma vez iniciado o tratamento do glaucoma, ele só poderá ser interrompido por orientação do oftalmologista.
VISÃO DO BEBÊ
DESENVOLVIMENTO DA VISÃO
O Bebê ao nascer tem apenas a percepção de luz.
A visão vai evoluindo com o passar dos meses e por volta dos 4-5 anos atinge a acuidade visual normal, como a de um adulto.
O mecanismo visual completa seu desenvolvimento aproximadamente aos 7 anos de idade.
CUIDADOS ESPECIAIS NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA
O desenvolvimento da visão do Bebê deve ser acompanhada com atenção pelos pais, principalmente nos primeiros meses de vida.
É importante que, se houver suspeita de anormalidades, a criança seja levada ao oftalmologista porque pode ocorrer baixa da acuidade visual irreversível.
Observar:
- • o reflexo vermelho através das pupilas
- • olhos vermelhos
- • secreção ocular
- • olhos grandes e com sensibilidade à luz
- • lacrimejamento
- • olhos que não param de tremer (nistagmo)
- • estrabismo
- • pálpebra caída
IMPORTÂNCIA DO “TESTE DO OLHINHO”
O “teste do olhinho”é uma triagem dos problemas oftalmológicos. Realizado no bebê ainda na maternidade. O teste não dói. Quando a retina é atingida pela luz do exame, os olhos saudáveis refletem tons de vermelho, laranja ou amarelo, dando aquele reflexo avermelhado, que às vezes aprece nas fotos. Exame importante em crianças que nascem com peso abaixo de 2kg.
VISÃO DA CRIANÇA
Os problemas de visão que ocorrem com as crianças, em sua maioria, podem ser tratados de maneira simples, desde que sejam diagnosticados precocemente. Os diagnósticos feitos antes dos 6 anos de vida têm maior sucesso no tratamento. Nem todos os defeitos de visão são aparentes, por isso, é necessário medir a visão pelo menos aos 3 anos de idade.
Problemas mais comuns diagnosticados:
- 1. Erro de refração: Miopia, hipermetropia e astigmatismo.
- 2. Ambliopia: Que é a baixa de visão em um ou ambos os olhos causada pela falta de desenvolvimento normal do sistema visual.
- 3. Estrabismo: É a condição em que os olhos saem do alinhamento.
Sinais e Sintomas de Outros Problemas Visuais
ERROS DE REFRAÇÃO
Astigmatismo
É o borramento da visão, tanto para perto quanto para longe, devido `a deformação na superfície corneana ou do cristalino.
Hipermetropia
É quando o eixo ântero- posterior do olho é menor, fazendo a imagem se formar atrás da retina. A pessoa pode se queixar de dificuldade visual, principalmente para perto, cansaço visual e dor de cabeça.
Miopia
É quando o eixo ântero- posterior é maiorque o normal, fazendoa imagem e formar antes da retina. A pessoa se queixa de dificuldade para objetos à distância e boa visão para perto.
LENTES PARA ÓCULOS
Lentes de visão simples
Corrigem miopia, hipermetropia e astigmatismo. Podem ser de material orgânico (plástico) ou cristal (vidro). As lentes orgânicas são 50% mais leves, entretanto, arranham com mais facilidade e por isso podem receber tratamento especial para melhorar esta condição. Para crianças são indicadas as lentes de policarbonato, material orgânico de alta resistência.
Lentes Bifocais ou Multifocais
São indicadas para pessoas acima de 40 anos, que necessitem de graus diferentes para longe e para perto. As lentes multifocais além da visão para longe e perto, possibilitam boa visão à meia distância. Necessitam de um maior tempo de adaptação, pois a pessoa deve aprender a posicionar os olhos de acordo com a distância que necessita enxergar.
Lentes Fotossensíveis e Fotocromáticas
Um tratamento industrial dado as lentes faz com que elas protejam os olhos dos raios ultravioletas.
Lentes anti-reflexos
Têm como finalidade diminuir os reflexos dos raios luminosos que incidem sobre a superfície da lente, como o faróis de carro e iluminação pública, etc.
Lentes Amarelas
Melhoram muito a visibilidade do motorista à noite.
Lentes Azuladas
Diminuem o cansaço visual para usuários de computador.
LENTE DE CONTATO
Lentes de visão simples
As lentes de contato substituem os óculos em casos de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Podem ser utilizadas para corrigir o grau e mudar a cor dos olhos, ao mesmo tempo. As lentes gelatinosas pintadas, cosméticas, são utilizadas também para pessoas com albinismo, defeitos corneanos ou de íris.
Indicada também para pessoas com baixa de visão que não melhora com o óculos como:
- 1. Anisometropia: grau muito diferente entre um olho e outro
- 2. Ceratocone: astigmatismo irregular provocada pela protrusão e afinamento progressivo da córnea.
- 3. Astigmatismo irregular: astigmatismo causado por deformidades, cicatrizes corneanas (como pós transplante de córnea)
CONJUNTIVITE ALÉRGICA
Aproximadamente 20% da população sofre algum tipo de alergia ocular. A alergia ocular é caracterizada pelo prurido, que varia conforme a gravidade e o quadro clínico. Durante as crises, além do prurido, pode haver queixas de olho vermelho, lacrimejamento, fotofobia (desconforto com a claridade) , visão embaçada e dor. Os portadores de alergia ocular geralmente estão aptos a identificar o fator desencadeante da crise alérgica, que pode ser mudança de clima, viagem, reforma da casa, uso de produtos químicos, etc. A alergia ocular não tem cura, mas em crianças tende a melhorar com o tempo e, muitas vezes, seus sintomas desaparecem na fase de adulto jovem. O objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, promover o bem estar geral e prevenir complicações oculares como: lesão corneana, glaucoma, catarata, infecções secundárias, etc.